Dando continuidade aos resumos do livo do Kissinger, hoje farei um resumo muito muito breve do segundo capítulo "As vertentes". O motivo de ser breve é que o intuito do blog é justamente esse.. um fichamento com alguns pontos importantes do livro que valem a pena ser lembrados e não apenas isso, esse capítulo se trata apenas de Roosevelt e Wilson, logo podemos dizer que é um capitulo de realismo vs. idealismo, o que dá muito pano pra manga (rs).
Bom, o capítulo começa relembrando que a visão de política externa americana era muito diferente da européia, por motivos já sitados no blog de que o país norte-americano não tinha (e ainda não tem) vizinhos fronteiriços com potencial de prejudicar ou modificar as suas fronteiras ao norte e ao sul, e tem 2 oceanos que os protegem de leste a oeste (que para a época era uma grande vantagem).
Roosevelt, com sua visão realista, via o modelo de equilíbrio de poder europeu como um bom caminho de garantir a segurança. Para ele (e todos os realistas), a paz não é algo natural do ser humano, por isso é necessário que um país seja forte em todos os sentidos - principalmente militar- para a sua sobrevivência.
Já Woodrow Wilson, com sua visão idealista, não via os Estados Unidos como uma peça de ataque e "partidário" no sistema internacional; Wilson acreditava que os EUA deveriam ser neutros ou arbitrários em situações de conflito. Outro ponto de defesa de Wilson seria que, ignorando a sua vantajosa posição geográfica, os EUA se mantinham longe de conflitos internacionais por serem uma democracia praticamente perfeita, e como acredito que vocês já tenham ouvido falar, "democracias não entram em guerra", logo era dever dos EUA espalhar o sistema democrático para todos os países que não o seguiam.
Outro tópico bastante lembrado nesse capítulo é a Doutrina Monroe, ou, "América para os americanos". Os EUA, como todos os países que ansiavam se tornar grandes potências, também queriam anexar territórios, mas sua estrategia era muito diferente da europeia, aonde a expansão de território era feita através de guerras. Os americanos apostavam na expansão através de comércio e influência. Sob a "proteção" da Doutrina Monroe e sua convicção de ser um país e puro e com morais fortes e altruístas, os europeus não interviam nas ações americanas, deixando cada vez mais claro que os EUA não tinham mais semelhanças ou ligação com o velho continente.
Roosevelt era seguidor da Doutrina Monroe assim como, praticamente, todos os americanos. Baseando se nela, criou a política do "Bick stick", que significa "fale calmamente mas com um grande porrete na mão". Acredito que não preciso explicar essa frase, já que ela é bastante alto didática e explica muito as ideias de política externa de Roosevelt. A política externa americana até então era baseada em não ter uma política externa e que todas as suas decisões deviriam ser tomadas de acordo com as suas necessidades internas e Roosevelt defendia que os EUA deveriam ser um país fortemente militar por interesses internos.
Wilson por outro lado, apostava em tratados e tentativas de selar a paz. O seu legado mais famoso, foi a ideia de segurança coletiva, que apesar de muito criticado na época, se tornou realidade no continente europeu anos depois. O plano de segurança coletiva, fez parte dos 14 pontos de Wilson, que nada mais eram do que 14 medidas para se manter a paz, contudo esses pontos eram claramente voltados para a Europa, ignorando completamente o resto do mundo em conflito. Parecido em certo ponto com a Doutrina Monroe, aonde o continente não poderia ser invadido por outros países ( a não ser os EUA) e que atacar um país americano era o mesmo que atacar todos os demais países, a segurança coletiva pregava a união dos Estados europeus e ficou conhecida como Liga das Nações, aonde nenhum país membro poderia atacar o outro e caso um país fosse atacado, todos os outros países uniriam forças para contra-atacar o agressor. Contudo a Liga estava fadada ai fracasso por muitos motivos, primeiro que ela tinha condições humilhantes para os países derrotados na Primeira Guerra Mundial, o que gerou um grande ressentimento e sentimento de vingança entre eles, e segundo por que, apesar de sido criado pelo presidente Wilson, o próprio congresso americano não aprovou essa união, já que, repetindo, isso não de interesse interno do país.
Como disse esse capitulo é muito extenso e com muita coisa a ser discutida, mas acredito que esse texto mostra a linha de raciocínio do segundo capítulo do livro Diplomacia.
Até o próximo capítulo.
MARIA BARBOSA
Bibliografia:
Livro: Diplomacia. KISSINGER, Henry. Ed. Saraiva. Capítulo I, pág. 12 á 37.
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